terça-feira, 17 de março de 2009

Se eu morresse amanhã

A trova que não se divide

Se eu morresse amanhã,faria hoje, tudo o que ontem não fiz.
Furtaria flores do quintal do vizinho.Embriagaria ao próprio teor alcoólico com risos maltados de hálito cru. Secaria o amor com minha sede.
Deitaria meus versos em rede.

Se eu morresse amanhã, tentaria ser mais sábia em aspéctos específicos e menos lúcida em alguns banais.Não soltaria o que me escapou. Retomaria o que sem querer perder, perdi.
Amaria sem cautelas.Perdoaria mais.Veria em câmara lenta o cair de uma folha ao chão, o vagar da mesma ao vento.Não sentiria "infelizmente" o perfume da flor, pois não me foi dado este sentido...mas a beijaria!
Deixaria a chuva cair sobre meu rosto, que é prova real e constante, de que estamos vivos.Terminaria coisas começadas e estaciondas ao longo do caminho, como que cansadas da espera de resultados. Ah...eu meteria os pés descalços na terra úmida...Secaria os cabelos ao sol!
Tentaria de novo aquele amor...investiria mais neste último, que de último, não sei quanto tem.

Ah...mas se eu morresse amanhã, o dia hoje, seria curto para realizar tantos feitos!-Por isso, vou tratar de começar agora...estou viva!

Ainda há tempo para a flor, o vento, a chuva...terminar projetos...perdoar mais. Ainda dá tempo de amar, investir nesse doido: "O amor"...roubar beijos e a flor do vizinho. Além do mais...vai que amanhã eu morro?
Então, vida...espere!-Estou indo!

Rosana Lazzar

Um comentário:

Malu disse...

Ah, tanto o que fazer e tão pouco tempo... só uma vida para viver. Bom demais, sequeladim Mor. Amote! Bjo.