Foi numa tarde bucólica que conheci Anita,
Lembro-me como se fosse agora, jovem e bonita...
Vestida de chita, cheia de sardas e de tranças,
Ficava nos bailes, entretida...espiando as danças...
A moça era de uma jovialidade sem igual,
Era tão inocente, não se distinguia o bem e o mal;
Tímida...de olhos emocionados...donzela faceira,
Que em matéria de energia, aos velhos dá canseira...
Aos 20 anos, tudo mudou...
Voltei a rever Anita..Morava num puteiro, toda carcomida.
Tuas madeixas cintilantes, agora eram cãs...
Nos lábios mirrados, resquícios do batom barato.
Custei a acreditar...Anita era puta velha,
À vista dos granfinos, valia menos que as chagas de uma cadela...
Sorria com dentes amarelados pelo cigarro...
Transava por migalhas...trocados...com velhos, doentes e casados...
Tinha o sexo esquálido...Os sonhos de amor..um a um enterrados.
A honra rompida...e terminantemente perdida...
E para acabar, de orgulho e altivez...falida.
Maraísa Bovary
sábado, 7 de fevereiro de 2009
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3 comentários:
Eu tiro o chapéu pra esse..amo demais...
Demais...demais..
rsrsrs...
Tua Anita é linda, Srta. Bovary.
Que dor...
Parabéns
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